MUNDO CIRANDEIRO
(Ou reflexão em poesia popular sobre as relações humanas)
Eita mundo cirandeiro,
Vida de cirandiar,
Caminhei o tempo inteiro,
Errando o rumo e o lugar.
Eu comprei tomate e cheiro,
Guardei couve e manacá,
Garimpei ouro no aceiro,
E mais nada eu soube plantar.
Fiz natal bem prazenteiro,
E outras datas pra comprar,
Mas nada de verdadeiro,
Aprendi vivenciar.
Eu nem sei se o coveiro,
Me viu de fato chorar,
No meu olhar derradeiro,
Em quem eu pensava amar.
Ser Humano traiçoeiro,
Vive de representar,
Mas quando chega o banzeiro,
Cai a verdade no mar.
Eita mundo cirandeiro,
Vida de cirandiar,
Veio um vírus traiçoeiro
Pra me fazer enxergar.
Que o alicerce do dinheiro,
Uma hora vai quebrar.
É um aviso bem certeiro,
Que vem de qualquer lugar:
Teu caminho, caminheiro
Tá errado, mude já.
Tá faltando candeeiro,
E o abismo é acolá.
Eita tempo cirandeiro,
Vida de cirandiá,
Faz tempo que o mundo inteiro,
Já precisa se curar.
E se isso passar ligeiro,
Quem dele aqui escapar,
Peça pra mudar o ponteiro
Do rumo em que a vida está.
Autor: Wescley Brito
(poeta maranhense da cidade de Pedreiras)